Nem por você, nem por ninguém…

 

Vamos falar de fardos.

Primeiro, acho necessário dizer o óbvio: todo mundo tem fantasmas. Passado é uma coisa que sempre vai incomodar e fazer relembrar a dor de algumas feridas já abertas por outro alguém. Não que a pessoa que estiver com você terá alguma culpa disso, mas infelizmente, um certo nível de ligação com o passado é inevitável.

Quem já foi traído vai ter sempre uma pulguinha extra atrás da orelha, quem já foi abandonado vai ter sempre um quêzinho a mais de insegurança, e por aí vai…sogras, família, amigos, mentiras, joguinhos. Todo mundo já passou por isso.

Estar em uma relação é bater no peito e assumir que vai tentar não julgar as ações de ninguém baseado em fantasmas que te assombram, e é uma atitude linda, sincera e correta (pra não dizer necessária) – mas fazer isso 100% é humanamente impossível.

Então tá. Pelo menos um pouquinho, todo passado assombra, e com isso, dá pra conviver.

E aí vem o fardo: aquela bigorna do tamanho do mundo, estilo desenho animado, direto na sua cabeça.

“Eu larguei minha cidade por você”

“Eu parei de fumar por você”

“Eu mudei de vida por você”

“Eu me tatuei por você”

“Eu parei de falar com fulana por você”

…E todas as outras variações de “por você” aqui cabíveis.

Não importa que você nunca tenha pedido isso. Não importa que a decisão tenha sido 100% da pessoa. Não importa que na época ela jurou de pés juntos que não era por você. Quando convém, elas passam a ser.

A partir daí, brincar de namorar vira um jogo de equilíbrio constante, de pesar dois lados de uma balança chamada “até onde vale à pena?” – Até que a resposta seja negativa.

Chega o momento então de segurar a emoção, pensar 100% com a razão e decidir que é melhor cada um seguir sua vida, com seus próprios monstros e fantasmas, para que eles não se colidam mais.

E que deste momento em diante fique claro, que é mentira quando alguém diz que “não deu certo”. Porque deu certo sim, por todo o tempo em que estiveram juntos. Foram apenas os fantasmas de cada um que não se deram bem.

Eles descobriram por fim que amor é importante sim, mas que só amor não basta.

autor: Amanda Armelin

Bocuda, nerd, tatuada. Cervejeira de carteirinha e louca por cachorros (principalmente bulldogs). Além do sorriso no rosto, mantém paixão absoluta por bacon e sexo.

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