Sobre lutas que não são mais minhas

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E nesse clima de resoluções de ano novo, eu não fiquei de fora: fui clichê sim, fiz algumas metas básicas (emagrecer, guardar dinheiro, fazer aquela viagem), mas de todas elas, fiz uma bem grande e significativa: a de não guardar mais mágoas.

Ano passado foi conturbado. Muita gente que se dizia amiga fez fofoca, inventou história e pra ser mais do mesmo do que a galerinha da internet tem mania de fazer, as panelas se aumentaram, subdividiram, passaram a odiar fulano só porque cicrano também não gostava dele. Eu me incomodo demais com algumas coisas e perdi tempo precioso me justificando com quem não devia. Pra falar a verdade, acho que ninguém nunca mereceu explicação nenhuma, porque quem te gosta não precisa delas e quem não te gosta não vai acreditar, de qualquer forma.

Tive problemas no âmbito profissional, amoroso e pessoal. Problemas que eu criei ou que, na maioria das vezes, as pessoas “criaram” por mim. Fiquei amarga. Calei-me para não ofender todo mundo em público e não jogar (mais) a merda no ventilador. Mas ainda tinha um problema: só de pensar ou falar nessas pessoas, meu estômago embrulhava, a enxaqueca chegava e eu sentia ânsia de vômito. Gente que me fez mal ainda me fazia mal, e isso não era mais aceitável.

Porque EU SEI que eles não merecem nada que venha de mim: nem o rancor. O total oposto de amor não é ódio, é indiferença. E era isso que eu havia começado 2014 determinada a seguir. Mas meu coração é mole e eu relevei algumas coisas e pessoas.

Engoli todo meu orgulho e fui falar com quem eu ainda achava que valia à pena ser doce. Tive reações adversas: doces e afáveis e grosseiras e preconceituosas.

Mas acima de tudo, libertei-me. Livrei minha consciência do peso de lembrar que essas pessoas amargas existem e que me fizeram tão mal. Esqueci o passado e comecei tudo de novo, respeitando e calando-me novamente às grosserias.

Fiquei mais leve na alma, estou cumprindo realmente a palavra de deixar pra lá. Descobri incrivelmente, que em algumas situações, a maior vitória é saber ir embora da luta. E essas lutas não são mais minhas.

Acho que o maior mal da humanidade é essa necessidade de criar intriga, batalhas e inimigos que não existem. Essa certeza da razão que nunca é absoluta, essa mania de tomar dores que não são suas, essa vontade de atrito, de caos.

Eu? Sei lá, não consigo guardar nem dinheiro que é para o meu bem, vou guardar mágoas pra quê, né?

 

PS: Mas não me fiz de idiota não, ainda quero o dinheiro que várias pessoas me devem.

autor: Amanda Armelin

Bocuda, nerd, tatuada. Cervejeira de carteirinha e louca por cachorros (principalmente bulldogs). Além do sorriso no rosto, mantém paixão absoluta por bacon e sexo.

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