Sobre meus medos

Posted By Amanda Armelin on 03/07/2012 | 0 comments

Não tenho medo de altura, nem do escuro, nem de cara feia, de avião e nem de gente brava.

Não tenho medo de bicho, nem de falar em público, muito menos de gente morta ou de morrer.

Não tenho medo de água, de inseto, de bicho papão de fogo ou de lugares fechados.

Meu único medo na vida sempre foi pior que todos eles juntos: o de não ser suficiente.

Sempre tive medo de não ser uma boa filha. Desde que minha irmã nasceu, lembro de sempre tentar ser o mais compreensível possível com a situação toda. Nunca aprontei nada grave, morria de medo de decepcionar meus pais. Sempre tirei boas notas e nunca fui para a diretoria. Por eles.

Morro de medo de não ser uma boa profissional. Isso fez com que eu sempre estudasse mais, me esforçasse mais. Ficasse mais um pouco, sugerisse uma maneira diferente de fazer as coisas. Sempre procuro mais pra aprender, pra mudar, melhorar, crescer. Estou sempre em busca de reconhecimento profissional.

Nos relacionamentos também não foi diferente: morro de medo de não ser suficiente para eles. Eu me jogo de cabeça, faço malabares, assovio e chupo cana, invento mil maneiras de mimar e surpreender. Porque eu tenho medo de perder quem eu escolhi pra amar. E não tenho vergonha de admitir. Parece que eu sempre dou um jeito de pensar que a culpa é minha por não ter dado certo. Exatamente por isso tento fazer ainda mais no próximo.

Dentre tantos outros, tenho medo de não ser uma boa mãe, de perder o dom da escrita. De não ter talento nenhum, de que ninguém me ache bonita um dia. Tenho medo de deixar que a vida me faça esquecer quem eu realmente sou.

Tenho medo de ter tanto medo e sentir tanta culpa por coisas que às vezes nem eram pra ser. Ou que deram errado por conta de outras coisas.

Mas aí a vida vem, e ensina que tudo isso faz parte.

Que ninguém nunca será a filha, profissional, namorada, esposa ou mãe perfeita. E que desde que as pessoas a sua volta aceitem e gostem de você como é, ISSO basta.

SaiDaqui!