Amor e ponto


Deveria ser simples e vir pronto.
Enlatado, congelado, pré-assado. Ou em fatias. Talvez em cubos.
Nunca muito caro. Que fosse acessível, previsível, indecepcionável.
Que viesse ao avesso, mal passado. Enrugado para que o tempo desamassasse.
Que viesse quebrado, faltando pedaço. E que o conserto fosse fácil, desde que juntos.
Que fosse sempre correspondido. E nunca machucasse.
Ninguém.
Nem ele, nem ela, nem você, nem outrém.
Nada de “para sempres” ou “nunca mais”, mas em compensação, cheio de “agoras” e “talvezes” juntos.
Amor e ponto.
Sem vígurlas, parêntesis ou parágrafos. Sem dúvidas, interrogações ou reticências.
Amor, e ponto.

SaiDaqui!

autor: Amanda Armelin

Bocuda, nerd, tatuada. Cervejeira de carteirinha e louca por cachorros (principalmente bulldogs). Além do sorriso no rosto, mantém paixão absoluta por bacon e sexo.

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6 comentários

  1. seria perfeito!!

    otimo texto…

  2. Amor e ponto
    que venha pronto
    em forma de conto
    E me deixe tonto
    Como os versos acima
    que li, re-li,
    pensando em cada rima:
    Que talento tem essa menina!
    Adorei!

  3. Amanda, muito bem colocado e digo…

    As vezes nosso amor é uma interrogação, muita dúvida, descaso, desconfiança; outras uma exclamação, tudo combinado, sabido ou “mandado”; outras vezes entre parênteses, morno, stand by, a postos, só esperando; quando entre virgulas nos separa, ou aproxima em forma de explicação, complemento ou conclusão… Mas o que “mete” medo é o ponto final… Se for no sentido de “juntos para sempre e ponto” é muito bom, mas se for “fim e ponto”, este nos abala.

  4. Fato. Nao podia ter dito melhor. Simples, e verdadeiro. Parabens Amanda, lindo texto.

  5. Excelente!!! Se um dia escrever um livro, comprarei com certeza!!!

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