
Num mosaico disperso de tweets,
Tua energia rompe tantos limites,
Sorriso autêntico, brilho ousado,
Chega intensa, deixa recado.
No compasso incerto dos reencontros,
Procuro harmonia nos mesmos pontos,
Entre eventos, tatuagem no braço,
E mandioca frita, tanto abraço.
Fui tua órbita, sempre a girar,
Ilusão guardada, medo de ousar.
Te admirei longe, desejo escondido,
Sem me sentir digno do teu caminho.
Num fim de semana, tudo mudou,
Na feira, tua chegada me acompanhou.
Entre perfumes, apoio e carinho,
Tua presença coloriu meu caminho.
No Kadetão, a estrada girava,
Minha mão se escondia, mas o desejo pulsava.
Na sala, sorrisos, fetiches ao vento,
No sofá preto, silêncio e sentimento.
Conversas revelaram histórias e sinais,
Corações abertos, alertas ancestrais.
Dividimos colchão e vontade contida,
Dormimos lado a lado – desejo, a ferida.
Perdi o sono sob o tecido ligeiro,
Te admirei no escuro, tão perto, parceiro.
Hoje revivo — faria diferente, entendido:
Os minutos contigo, meu segredo escondido.
Quebrado, eu sigo o fluxo, alma franzina,
Caminho incerto já com uma mão na minha.
Junto aos retalhos do que fui, me reinvento,
E aprendo a confiar, passo lento, passo atento.
No tempo de ausência crescia o desejo
De ter parceria firme, ser pão e ser beijo.
E surge, discreta, a mão entrelaçada,
No silêncio partilhado: vida renovada.
À beira do abismo, partilho esperança,
No gesto singelo, um pacto de aliança.
Já não me basta o pouco, nem medo, nem muro,
Com ela ao lado, vislumbro um futuro.
Parceria rara, companhia escolhida,
Crescer, servir, cultivar nova vida.
De afeto e verdade, é feito o meu chão,
Plenitude encontrada, fincado o coração.
Entre fragmentos que o tempo derrama,
Te observei de longe, mantendo a chama.
Reguei em silêncio segredo e paixão,
Desejando teu riso, tua casa, teu chão.
No semblante feliz, vi sonhos completos,
Mesmo que nunca fossem nossos projetos.
Vibrava por ti na distância calada,
Mesmo sabendo: o futuro não era jornada.
Quando surgiram sinais de tristeza no ar,
Meu peito em alerta jamais quis julgar.
Vi tuas postagens, angústias e peito,
O amor aceitando um papel imperfeito.
Veio o instante das palavras sinceras,
Desabafos trocados, janelas abertas.
Tu confessaste o que nunca disseste,
E eu, já sem freios, contei o que reste.
Amei-te em segredo e assim seguirei,
Ainda que a vida não more onde sonhei.
Pois mesmo sem “nós” para juntos criar,
Te amarei no silêncio até o tempo chegar.
Por tanto tempo, cultivei segredo
Sonhos e desejos que nunca concedo.
Amor confessado, mas ainda interdito,
Doce é o silêncio, amargo o conflito.
E num belo dia, a luz reluziu,
Tua pele na tela, o desejo surgiu.
Corpos presentes, em fotos arrojadas,
Fantasias vividas, vontades declaradas.
Teu peito era rito, verdade e perfume,
Minha fome desperta, desejo resume.
Fui tua sede, succubus, fascínio profundo,
No toque proibido, criamos um mundo.
Paramos, lembrando respeito e lei,
O princípio guardado, o limite que encontrei.
Te admiro no intangível, desejo contido,
Saudade, arrependimento — tudo assumido.
Sigo fiel ao que a vida hoje me guia,
Mesmo te querendo desde o raiar do dia.
O tempo separa, mas a chama é sincera,
Te amo em silêncio, na espera que impera.
Pra sempre é distante, não cabe promessa,
O futuro é incerto, mas ainda te peço:
Guarda de mim este canto escondido,
Nada ficou mudo, tudo foi dito.
Que minha desculpa traga contentamento,
Que nosso amor se faça alimento.
Mesmo ausentes, em caminhos opostos,
Fomos verdadeiros, sem medos ou impostos.