Brasil: o país do grito

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Muito me entristece constatar que no Brasil, só conseguimos as coisas no grito: é tamanho descaso e despreparo de todo tipo de atendimento que as pessoas normalmente acabam perdendo a paciência e apelando.

Falo isso porque sou um caso real. Sempre fui contra reclamar publicamente, humilhar ou expor as pessoas e/ou empresas desnecessariamente. Fui muito bem educada em casa e sempre tentei resolver meus problemas pelos meios corretos: em 100% das vezes, minha primeira alternativa é tentar resolver diretamente no 1×1, sem envolver ninguém.

Mas infelizmente, já nem me lembro mais quando foi a última vez que isso deu certo.

Foram 3 pedidos frustrados no ponto frio, inúmeros problemas com a Net, 11 meses de enrolação com a amiga que nunca pagava o que devia (e muitas desculpas esfarrapadas), ex-empresa que não quer pagar corretamente o que foi trabalhado, e muitos problemas não resolvidos com Itaú e HSBC até minha paciência acabar, e resultar nesse post (além de reclamações no reclameaqui).

Eu ligo. Converso. Mando email. Pergunto educadamente. Combino uma solução, tento.

E daí o tempo passa, as palavras não são cumpridas, os acordos não seguidos e promessas se esvaem, levando com elas todo meu saco e bom espírito de resolução: a frustração me transforma numa pessoa irritada, pela injustiça que se passa constantemente comigo e com todas as pessoas que tentam resolver seus problemas pacificamente.

Então eu grito: através de posts, tweets, reclamações, indiretas e cinismo (nunca com falta de educação). E só assim, alguém finalmente vai atrás e toma uma atitude decente. Só aí alguém se importa, porque a marca/pessoa já está exposta. Porque agora sou realmente uma pedra no sapato, a típica barraqueira que não se cala enquanto não resolverem o problema.

E pensar que tudo teria se resolvido com um simples atendimento no primeiro contato. Triste; muito triste constatar que o Brasil é o país onde as coisas só se resolvem no grito.

Feeling FRUSTRADA. 

autor: Amanda Armelin

Bocuda, nerd, tatuada. Cervejeira de carteirinha e louca por cachorros (principalmente bulldogs). Além do sorriso no rosto, mantém paixão absoluta por bacon e sexo.

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