Das oportunidades que a gente perde…

Das oportunidades que a gente perde.

De dizer que se gosta. Olhar nos olhos. Dar um abraço. Oferecer um sorriso, dividir uma vida ou acorrentar uma alma.

De calar a boca. Mandar à merda. Dizer que não gostou. Chorar, bater ou ausentar-se.

De tudo que deixamos escapar por entre os dedos, a pior oportunidade que perdemos é sempre aquela que envolve amar novamente. Deixá-lo ir embora por nenhuma justificativa plausível que não o medo. De viver um grande amor.

Criar obstáculos imaginários, desculpas esfarrapadas e traumas passados para não amar de novo.

Fingir que não se importa, ser indiferente ou ainda fugir sem dar explicação alguma.

Não ser capaz de olhar nos olhos e sentir na alma. Ter vergonha de dar as mãos.

Olhar e não ver. Que aquela é outra pessoa. Que ele não tem culpa do que você já sofreu no passado. Que nenhuma história é igual à outra. E que ele não deve pagar pelas feridas que outras pessoas causaram à você.

Esse medo, bobo, incoerente e oportunista, que faz calar ao sentir que deveria estar gritando. Empurrar o abraço pedindo um beijo com os olhos.

Essa oportunidade perdida por nada, quebrando corações alheios e evitando possíveis finais felizes.

Essa mania idiota de protegermo-nos com barreiras imaginárias em volta de um coração partido.

Essa dificuldade de dizer verdades e sentimentos, que dão espaço à silêncios constrangedores e desnecessários.

Essa coisa tão dita inexplicável e complicada, chamada amor. Que na verdade, é tão simples que perdemos as oportunidades de vivê-lo enquanto preocupamo-nos em decifrá-lo.

autor: Amanda Armelin

Bocuda, nerd, tatuada. Cervejeira de carteirinha e louca por cachorros (principalmente bulldogs). Além do sorriso no rosto, mantém paixão absoluta por bacon e sexo.

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7 comentários

  1. As oportunidades de se fazer, de se deixar, se permitir se esquecer se perder…
    enfim, as oportunidades de viver.
    Por medo de deixar rolar, por achar ou não querer que dê certo…
    A vida é um copo constantemente sendo preenchido com água.
    Alguns se preocupam se ele está meio cheio, se está meio vazio mas todo mundo fica analisando ao invés de beber…
    É tata, as pessoas não querem mais coisas novas, sinceras. O enlatado previsível e seguro é o produto da vez.
    Se apaixonar perdidamente é coisa ultrapassada, fora de linha.

  2. Great stuff, Amanda. It is hard to look at people without the preconceived notions and the personal baggage that we carry around. It takes constant effort to be present and accept others as they are. I still carry a certain “fear” of people in emotional intimate situations. I hate having to make small talk etc. Many just for today, I can reach out to one person in my daily activities…

  3. É…
    E seu texto me fez lembrar da música: “o seu amor pode estar do seu lado…”

  4. o amor é realmente indecifrável. Besteira perder tempo tentando entender, bastar aceitar, amar, viver, novamente sofrer, esquecer, superar e de novo amar…é um ciclo que pode ser vivido várias vezes se não tentarmos o entender, basta aceitar, amar e viver.

  5. And I’m still missing my cookie! #piadainterna , mas real dentro do assunto…
    bjoo

  6. Eu já passei por isso e sei como é díficil deixar esse instinto de auto preservação pra trás.
    Mas eu também sei que se deixar levar e fazer rolar tudo de novo é iressistivelmente delicioso!

    Apaixonar-se sem medo e viver o que tem por vir é bom demais!

    Lindo texto.

    Um beijo
    Tatá*

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