Descalça na vida, salto alto na briga
De hoje em diante, esse será meu lema.
Porque a vida tem que ser leve, cheia de sorrisos e boas lembranças, com momentos simples e duradouros, que fazem valer as coisas. Tipo criança que gosta de tomar chuva, sujar os pés na terra e limpar a mão na camiseta e cresce sabendo que sorrir é o melhor remédio. Mas que essas pessoas nunca sejam confundidas com ingênuas ou inocentes: ter um espírito leve não significa ser babaca.
Talvez elas até tenham mais paciência que o normal, mais educação que o esperado ou mais tolerância do que a outra parte merece. Mas nunca descem do salto numa briga.
Elas sabem que as emoções não devem dominar a razão nessas horas e que, por mais que a outra parte provoque, ser educado nessas situações permite que a razão permaneça.
Pode até ser ruim confessar isso por aqui, mas eu tenho um demônio dentro de mim. É uma criatura adormecida, que vive acorrentada com morais e bons costumes. É sedada com respeito e educação, diariamente.
Até que alguém me tire pra idiota, e provoque a fera até acordá-la. E aí ela me domina, transformando toda aquela vontade de enfiar a mão na cara de alguém em educação extrema, beirando à ironia pura. As respostas passam a ter um tom cínico e leve, só pra provocar a besta que existe do outro lado da briga.
E eu quero mesmo é que a pessoa desça do salto. Que perca a razão. Que xingue, fale mal e me dê ainda mais motivos pra provar que ela está errada, enquanto eu, nunca faltei com respeito.
E aí, meus caros, minha fera só adormece quando eu provo pra ela (mais uma vez) que ser leve não é ser babaca. Paciência tem limite e palavra (pelo menos a minha) tem valor, e que eu nunca vou dar o gostinho de descer do salto pra brigar – por ninguém.
Pode parar de tentar.