É um convite

Ei, menino: eu não deveria, mas gosto de você.

Gostei desde a primeira vez em que você quase me despiu com os olhos, e ficou sem graça quando eu reparei. Do jeito que seu coração acelerou quando eu te abracei e disse no seu ouvido que você era gato.

Lembro de como você ficava vermelho sempre que eu deixava escapar alguma besteira entre amigos e propositalmente te olhava nos olhos. E de como depois de um tempo você nem desviava mais os olhos de mim.

Gosto da sua falta de jeito, da sua timidez contida em dizer que me queria só pra você. Gosto do seu ciúme comedido, do seu medo de me perder enquanto ainda nem tem. De quando você me olha nos olhos e pergunta porque ainda não nos beijamos (sem contar é claro, aquele beijo na trave quase proposital de outro dia).

By the way, seu beijo deve ser delicioso. Eu sinto que você tem aquela medida certa de língua e vontade, quase sei do gosto e da intensidade antes mesmo de provar. E sei com certeza que vai acontecer em breve, depois de um desses olhos nos olhos que vira e mexe acontecem entre nós.

Você mal sabe, mas na minha cabeça já transamos tantas vezes que parece que já te sei de cor.

couple

Sei que seu toque é quente e suave e adoro quando sua mão passa por entre meus cabelos. Gostamos de demorar nas preliminares, porque nosso sexo começa muito antes de qualquer penetração: adoro o jeito que você me puxa para o banho quente e a vontade que sinto em te chupar até você quase gozar. Amo seu desespero em fechar o chuveiro e me carregar pra cama, ainda toda molhada, pra compensar me chupando até gozar em sua boca. E meu Deus, como eu me excito com a maneira que você me olha enquanto me contorcendo toda, deixo escapar um gemido mais alto.

Sinto um tesão enorme em nossa pequena disputa de posições, da vontade liberta em querer ficar por cima. Adoro quando você usa um pouco mais de força e me coloca de quatro com leves mordidas e apertões. Quase gozo de novo ao sentir aquela gota de suor descendo quente bem no meio das costas enquanto você acaricia meu peito e endurece meu mamilo com leves mordiscadas e com a mão direita me penetra com seus dedos.

Gosto de como você me olha quando te obrigo a parar e me arrasto pra cima de você. Faço cara de má, sentando-me o mais devagar possível em sua ereção deliciosa. Te beijo o pescoço enquanto você geme e se contorce de prazer, segurando pela segunda vez o gozo.

Acelero propositalmente o ritmo do nosso sexo, me grudo ainda mais em seu corpo. Sinto cheiro, suor e gosto do seu corpo todo no meu. Você diz baixinho que é melhor eu ir mais devagar se não quiser acabar rápido e eu te peço com voz rouca pra gozar dentro de mim.

Nosso ápice é junto e demorado. Tem gemido baixo, olho no olho intenso e um prazer indescritível. É seguido por um beijo molhado e 10 minutos de cafuné com pillow talk agradável.

Dormimos um pouco, pedimos uma pizza e transamos novamente na sala. Porque com você eu não preciso ter medo ou vergonha de ser eu mesma.

Até que a verdade me trai e eu vejo que tudo isso não passou de um sonho até agora. E sabe, menino, um dia me disseram que viver desejando algo não é jeito bom de ser feliz.

Olha, eu sei que que é tudo muito mais complicado do que parece e sei que existem muitos “ses” antes de algo pra nós dois; mas também sei que todas as vezes, todos eles se esvaem com seu simples olhar.

Então, sendo mais clichê e direta impossível: “se não eu, quem vai fazer você feliz”? Esquece esse medo todo e vem, é um convite oficial.

Esse texto também foi publicado AQUI.

autor: Amanda Armelin

Bocuda, nerd, tatuada. Cervejeira de carteirinha e louca por cachorros (principalmente bulldogs). Além do sorriso no rosto, mantém paixão absoluta por bacon e sexo.

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