Eu, você e a música

Sobre eu, você e a música.

É tanta coisa que difere e distingue nossa personalidade musical que já nem sei.

Nunca conversamos sobre, uma vez que parece que nessa relação eu sou a sobra. O pedaço que não pertence no mundo em que o seu ouvido quer sentir prazer.

A opinião que não importa na hora de escolher a trilha sonora.

Muitos “eu gosto” e “eu não gosto” para poucos “nós dois”.

E a nossa música (que talvez você nem se lembre mais qual é) realmente nunca mais tocou.

Dos dois ou três links que você me mandou em todo o tempo em que estivemos juntos, nenhum deles fazia sentido ou tinha porquê. Não era porque a música tinha uma letra bonita, falava sobre algo que lembrasse a gente ou o ritmo que tivesse tocado em nossa última viagem. Não era porque você lembrou de como nos conhecemos ou porque nos imaginou dançando ao som dela.

Nunca foi porque ao fechar os olhos você viu meu rosto. Aliás, duvido que algum dia eu tenha entrado em algum ponto da sua história de amor com a música.

Ingressos comprados sem consulta. Muitos “eu vou” para poucos “você quer ir comigo”?

Engraçado como a vida se encaminha. E mostra cedo ou tarde que opostos se enganam. Se atraem em primeira instância, mas não conseguem se manter por muito tempo.

Porque amar e estar com alguém exige cumplicidade. No sexo, no respeito, no carinho, e principalmente na música.

A partir de agora você é liberto do meu som. Libertino do seu próprio, que completa e estremece apenas os SEUS ouvidos. Não os meus. Esses, nunca foram (e não mais terão a chance de serem) agradados por você.

De hoje em diante, eu escolho o silêncio.

 

PS: Texto dedicado à todos os meus ex-namorados, escrito em 2011.

SaiDaqui!

autor: Amanda Armelin

Bocuda, nerd, tatuada. Cervejeira de carteirinha e louca por cachorros (principalmente bulldogs). Além do sorriso no rosto, mantém paixão absoluta por bacon e sexo.

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