Geração dos Distraídos

filhadomenicogil

 

Há anos, dizem por aí que essa nossa geração está mais seletiva. Que, por motivos de exigência elevados, nós demoramos mais para conhecer alguém especial, namorar, ter certeza de que aquele é o amor da sua vida e só então, pensar em casar e construir família, lá pelos 30 anos.

Mas isso está errado.

É fato que nós demoramos sim, mais tempo para fazer tudo isso, mas o real motivo, dentro de tantos outros pequenos fatores, é porque nós somos a geração dos distraídos.

Por muitas e muitas vezes, utilizamos tanto da tecnologia que o que era pra ser bom, arruína total e completamente nossa capacidade de relacionamento interpessoal: cada vez interagimos menos na vida real.

O celular nos distrai na escola, as redes sociais nos distraem no trabalho, a TV nos distrai nas confraternizações de família. E o “bom” é que nada precisa ser dito: não precisa fazer esforço nenhum de socialização.

O GPS mostra o caminho, e nós nunca mais precisamos nos dar o trabalho de pedir informações a um estranho. O fone de ouvido é tão parte do nosso mundo, que nós nem ouvimos mais o canto dos pássaros e o assobio do senhor que passa ao nosso lado.

Viramos seres de cabeças baixas, sempre focados na tela de algum objeto tecnológico. E esquecemos de notar que ao nosso lado tem uma senhora idosa precisando do nosso assento no metrô ou no ônibus; que a moça derrubou a sacola dela e você nem ajudou, porque também não viu.

Quantas oportunidades perdemos, de fazer o bem, de fazer melhor, de fazer completo?

Nossa geração é tão distraída que perde prazos e empregos por motivos idiotas como uma foto em redes sociais, perde pessoas queridas e se arrepende a vida toda de não ter passado mais tempo conversando com elas, perde de conhecer o amor verdadeiro na fila do supermercado.

E perde também milhares de coisas mais simples, como receitas milenares de família porque a da internet é mais fácil de copiar e a oportunidade de treinar a caligrafia, porque é tão mais fácil digitar.

Infelizmente, somos a geração da preguiça de correr atrás. Até o dia em que descobrirmos que o Google não sabe a resposta da nossa felicidade, e que o culpado de tudo isso somos nós mesmos.

autor: Amanda Armelin

Bocuda, nerd, tatuada. Cervejeira de carteirinha e louca por cachorros (principalmente bulldogs). Além do sorriso no rosto, mantém paixão absoluta por bacon e sexo.

compartilhe esse post

enviar comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.