Mini-Infarto

 

Mini-infarto.

É o mais próximo que consigo chegar da definição do que sinto quando te vejo: eu paro o passo, o pensamento e a respiração por alguns segundos, feito ladrão que vem assaltar a gente de surpresa e não tem como reagir. Ah, esses segundos que em milésimos se tornam passado, e fazem nossa história toda passar por entre a memória. E mesmo depois de pensar tanta coisa em tão pouco tempo,  só consigo voltar a mim mesma quando já me dei conta que falei alto sem querer: “ele continua lindo”.

Abro um sorriso amarelo de te dou um abraço meio mole, tentando não ser pessoal de mais, nem de menos –  sem conseguir parar de pensar em “nossa, como eu me encaixo certinho nesse abraço, né?”. Te dou um beijo no rosto com a intensidade de quem quase implora para que o universo conspire e você erre o lado, só pra sentir de leve o semi-gosto de beijar você, mesmo que assim, sem querer-querendo. “Será que estou bonita o suficiente pra ele ainda me olhar com outros olhos?”

Enquanto cumprimento as pessoas em volta, eu recrio um futuro que nunca será (o mesmo que um dia eu já quis que fosse), mas que por alguns segundos me traz o mesmo sorriso largo que sempre trouxe. “Boba de mim”, penso sozinha e engulo tudo num gole gelado e amargo de cerveja.

Brindo com todos (você, inclusive) dores de amor que nunca se vão e sinto uma pontinha de tristeza chegando, trazendo com ela a velha pergunta que eu nunca te fiz: “o que aconteceu conosco?”.  Outro gole de cerveja, desses de virar o copo pra ver se afogo junto os pensamentos que me assaltam; pra poder fingir felicidade instantânea e não ser traída pelos olhares que o meu corpo insiste em te dar.

Até que eu me esqueço em outros papos, te tiro novamente da memória, belisco alguma coisa e tomo mais vários copos de cerveja. Até que sem querer te pego olhando pra mim, e sinto outro mini-infarto: “o que será que ele tá pensando? Será que é comigo? Será que ele também sente isso? Será que isso nunca vai passar? Será? Meu deus, quanto será! Melhor ir embora, né?”

Levanto-me e pra não perder a compostura, dou uma desculpa qualquer pra poder ir embora. Despeço-me de todos, inclusive de você, tentando evitar demonstrar afeto de mais ou de menos (Meu deus, como é difícil encostar em você!). Até que escuto um sussurro baixinho no ouvido, e enquanto eu te abraço você confessa que ainda me ama. Mais um mini-infarto, dessa vez não tão mini assim.

 SaiDaqui 😉

autor: Amanda Armelin

Bocuda, nerd, tatuada. Cervejeira de carteirinha e louca por cachorros (principalmente bulldogs). Além do sorriso no rosto, mantém paixão absoluta por bacon e sexo.

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