O dia em que comecei a gostar de cocô

Em dezembro do ano passado, minha vida começou a mudar: descobri que minha melhor amiga estava grávida, e que eu seria a madrinha da criança. E em um piscar de olhos mudamos nossas conversas de homens, baladas e drinks para ultrassons, exames e fraldas.

Entrei naquela semi-crise existencial, ao me tocar que o tempo estava passando, que as pessoas à minha volta começaram a casar, ter filhos, separar. E eu aqui, ainda mega preocupada com carreira, fugindo de casamento e distante pra caralho de pensar em filhos.  Aquele mesmo momento em que também me senti super orgulhosa e responsável, por ser escolhida para tal cargo, já que meu sonho de ser tia não poderia ser realizado por vias convencionais.

Lembro como meus olhos se encheram de lágrimas ao ouvir o convite para a “dindice”: afinal, eu nunca escondi a paixão por crianças. Apesar de nunca ter pensado em ser mãe, sempre tive um lado maternal bem aflorado, acho que desde que me lembro por gente, cuidando da minha irmã especial. Monitora infantil, prima mais velha de 10, e por aí vai…

E aí um telefonema avisa que ele está nascendo e você sente um frio no estômago. Feito barata tonta, quer ajudar mas nem sabe ao certo como, só sabe que quer.

PORRA! É o meu afilhado, aquele cotoquinho de gente recém nascida, todo delicado e com carinha de anjo. Daquele jeito que só de olhar pra ele, todos os problemas vão embora e fica a paz que ele transmite. Eu, babona, coruja, tirando mil fotos e reparando em cada detalhe de tudo que ele faz ou tem, sinto-me a guardiã do baú mais precioso do reino.

Jogo no lixo imaginário todos os meus medos e receios, e pego-o no colo. Ajudo a dar banho. Faço ele dormir. Canto pta ele. Troco uma das primeiras fraldas. E nesse dia, 30/07/2013, eu confesso: passei a gostar de cocô.

João Pedro, seja muito bem vindo. Eu prometo estar sempre por perto. Zelar e ajudar com o que estiver ao meu alcance. Conte comigo sempre, assim como seus pais já o fazem. Sinta-se (porque você é) uma criança MUITO amada, e não deixe que ninguém lhe diga o contrário. Valorize sempre seus pais.

E quando você estiver mais grandinho, vou te contar mil vezes e tudo de novo sobre como foi divertido estar presente logo nos seus primeiros dias. Sobre como eu aprendi a trocar fraldas e até gostei de ver cocô, só pra ver você rir de mim.

Pra finalizar, fica aqui um pensamento solto: se só pra ser dinda eu já senti tudo isso, quero mesmo é que o mundo se prepare se um dia eu for mãe, porque não vou ter vergonha nenhuma de gritar aos quatro ventos que sou a mulher mais realizada do mundo. Vou dormir imaginando como essa deve ser a melhor sensação do universo.

Parabéns, família! Amo vocês.

autor: Amanda Armelin

Bocuda, nerd, tatuada. Cervejeira de carteirinha e louca por cachorros (principalmente bulldogs). Além do sorriso no rosto, mantém paixão absoluta por bacon e sexo.

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