Quem um dia irá dizer que não existe razão?

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“Eduardo abriu os olhos mas não quis se levantar”. Com certeza você deve ter começado a cantar a música da Legião Urbana após começar a ler o título deste artigo. Com a banda em evidência – mais do que nunca – vale a pena tocar nesse assunto. É possível racionalizar os relacionamentos? Existe razão na coisas feitas pelo coração?

Lógico, se você nunca se apaixonou, dificilmente este artigo será para você. Se você nunca quebrou a cara com o amor, também não é para você. Mas garanto que pouquíssimas pessoas não se identificariam com nada que fosse escrito aqui. Porque todos nós já nos apaixonamos e/ou sofremos por amor. É algo biológico. Então, sendo biológico – e por conseguinte, científico, dado que a biologia é uma ciência – vamos utilizar do método científico e , a partir da observação, deduzir que existe razão nas coisas feitas pelo coração. Os relacionamentos tem suas regras, afinal de contas. É como num jogo carteado, como nas normas e regras próprias do poker, por exemplo. Há diversas fases a se seguir: primeiro se dá as cartas, depois se aposta e por fim recolhem-se as fichas.

Primeiro vem a fase da atração. A atração não é opcional. Na mulher, altos índices de sobrevivência – homens altos, com queixo esculpido a canivete, ombros largos e músculos definidos. Por que é assim? Já parou para pensar? A biologia explica; homens com tais características teriam maior probabilidade de cuidar da prole da mulher, haja vista que tinham atributos físicos que suplementariam os da fêmea, em menor quantidade de massa muscular. No homem, altos índices de reprodução. Homens não gostam de mulheres com quadris largos a toa: mulheres com esse atributo tem maiores chances de passar por um parto sem problemas – e, com efeito, prolongar a espécie humana.

Depois, vem a fase do conforto. Descobrem-se coisas em comum que possibilitariam com que o casal permaneça junto após a concepção e, principalmente, gestação da mulher – fase na qual ela está mais frágil fisicamente. Mas mais do que isso: essa fase do conforto é essencial para que a mulher saiba que não será apenas mais uma com quem o macho copulará e picará a mula. O conforto gerado com frases como “eu só penso em você” é essencial para que o subconsciente feminino, desenvolvido e aperfeiçoado pela evolução durante milhares de anos, saiba que aquele macho em especial não será um mero reprodutor – mas um macho que proverá segurança física para a prole. Darwin explica.

Pronto, racionalizamos o relacionamento humano. Mas Eduardo abriu os olhos, não quis se levantar, fazia cursinho, nunca tinha bebido e nem trabalhava. Mônica era uma típica nerd aluna de medicina que falava alemão e tinha gostos cult – pintava o cabelo de cores nada atraentes. Eduardo e Mônica eram nada parecidos, ela era de Leão e ele tinha dezesseis. Mas mesmo com tudo diferente veio o medo de repente e a vontade de se ver.

Relacionamentos não podem ser explicados por meio da ciência. Isso porque as emoções não podem ser racionalizadas, haja vista que elas são exatamente o oposto da razão. Não há ciência do amor, ele simplesmente acontece. Ele acontece num piscar de olhos, quando você menos pensa. Quem é estranho para todo mundo pode ser adorável para você. Quem tem certos defeitos para outros não os tem para você – na verdade você os acha até bonitinhos.

E quem um dia irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração? Provamos por a+b que não existe. Afinal de contas, o cupido não tem uma mira exata – o amor é cego e certo.

autor: Amanda Armelin

Bocuda, nerd, tatuada. Cervejeira de carteirinha e louca por cachorros (principalmente bulldogs). Além do sorriso no rosto, mantém paixão absoluta por bacon e sexo.

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