Quinta Sexual 67: Um conto para arrepiar-se

Tinham interesses em comum.

Se conheceram meio que sem querer. Pela internet. Contato do amigo do amigo do colega.

Trocaram alguns e-mails, conversaram um pouco. Compartilharam algumas dicas, idéias e pensamentos. Tudo absolutamente profissional e respeitoso.

Uma semana depois, ele não se conteve: depois de ficar babando em suas fotos em redes sociais por aí, mandou um e-mail dizendo que a achava linda, por dentro e por fora. Sabia que tinha cruzado uma linha perigosa, e que tinha acabado de perder seu contato profissional. “Mas foi só um elogio” – ele continuava repetindo para si mesmo, como um mantra, a fim que ela não se afastasse.

Seu coração quase foi à boca quando o alerta de novo e-mail soou nos fones de ouvido. Era ela. E para seu espanto, ela dizia que também tinha se encantado por ele, mas estava com receio de dizer. Que ele era lindo, meigo, simpático e admirável.

Claro que desse e-mail em diante, as coisas começaram a ficar mais íntimas. Primeiro, queriam se descobrir. Aquela paquera gostosa de um ficar perguntando mil coisas do outro, incluindo comida predileta e cor de lingerie que ela deveria usar no primeiro encontro. Aliás, falava-se muito em encontro. E sexo. Gostavam disso.

Ele sabia provocá-la sem baixar o nível. Ela sabia falar de sexo sem parecer uma sem classe qualquer.

Ela não sabia até que ponto ele falava realmente sério. Não achava possível encontrar alguém que se desse tão bem. “Na internet todo mundo é legal” – pensava, tentando baixar suas expectativas.

Mas ela estava em um ponto da vida de extrema curiosidade, e nada a perder. Jamais se perdoaria de não tê-lo conhecido por medo ou receio idiota. Não se permitiria viver de imaginar as possibilidades do que poderiam ter sido.

Marcaram o tal encontro para aquela noite. Num barzinho simpático, com música ao vivo e nada de multidões.
Ela vestiria lingerie branca, como ele havia pedido. Ele, uma boxer preta, a favorita dela.

Parecia novela. Se encontraram e já foi mágico. Ela sentiu arrepiar-se no primeiro abraço. Depois, ao encostar sua mão na dele, sem querer, outro frio no estômago.
Conversaram o suficiente para uns 4 chopps. Mas precisavam sair dali. Precisavam de mais privacidade.

Ele a conduziu pela cintura, pagou a conta, abriu a porta do carro. Era bom demais para ser verdade, ela pensava. Mal sabia que ele, pensava o mesmo.

E até hoje, ela não tem palavras para descrever. Sempre usa o termo “mágica” para definir a noite.

Tiveram uma transa calma, pausada e cheia de olhares. Tinha toques macios, beijos delicados e arrepios que nunca havia sentido com tamanha intensidade. Tinha borboletas no estômago e orgasmos múltiplos. O primeiro da vida dela, por sinal.

Ele teve que conter-se por várias vezes. Aquela mulher toda? Somente dele? Às vezes olhaa em volta, para ter certeza que não era sonho.

Queria sentí-la a cada milímetro. MEU DEUS, como ela cheirava bem! E aquela pele levemente morena, que exalava sexo e lhe deixava ainda mais excitado? Não queria desgrudá-la.

Penetrou-a com tanta vontade que ambos fecharam os olhos. Era tesão demais para uma transa só. Ficaram entrelaçados e transaram por mais de hora. Com tanta sintonia, óbvio que gozaram juntos.

Fizeram amor mais duas vezes aquela noite.

E nos últimos dez anos.

autor: Amanda Armelin

Bocuda, nerd, tatuada. Cervejeira de carteirinha e louca por cachorros (principalmente bulldogs). Além do sorriso no rosto, mantém paixão absoluta por bacon e sexo.

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15 comentários

  1. My God!
    Me fez lembrar de algo que aconteceu comigo, pelo menos 80% do texto realmente aconteceu comigo!

  2. Parabens mais uma vez…Bjos

  3. Nooooossa!

  4. VOU CHORARRRRRRRR, QUE LINDOOOO :~~~

  5. ~me gusta~
    Eu quero, comofas?

  6. Eah bem familiiar tudo isso pra mim, bem familiar hehhehh

  7. já falei várias vezes para não falarem de mim na internet…

  8. Deu no primeiro encontro? Que vadia!
    (ahahahah, brinks)

  9. “já falei várias vezes para não falarem de mim na internet…”
    Tive que rir, pois era a resposta/piadinha que eu iria fazer.
    Gosto de ler coisas com as quais me identifico e compreendo ser ter que ler com mais atenção, por isso gosto do blog da Amanda, porque falar bonito, com clareza e sem fazer rodeios é algo que te faz gostar de ler.
    Lembrei instantâneamente do 1º encontro com a minha Zorah. Foi questão de 2 semanas entre o sábado em que nos conhecemos num encontro de amigos na Redenção, nossas conversas no msn e o dia em que veriamos no que iria dar.
    Até esse dia eu não levava mais fé que encontraria alguém de um relacionamento firme e que merecesse toda minha atenção, carinho e devoção: como eu tava enganado.

    a propósito, te amo @zorah_pi =*** (L)

    PS: Desculpa Amanda, me empolguei ^^’

  10. Um romance erótico, perfeito!
    =***

  11. se eu desejar bem forte, la no fundo, será q acontece comigo?!

  12. “por isso gosto do blog da Amanda, porque falar bonito, com clareza e sem fazer rodeios é algo que te faz gostar de ler.”
    Assino em baixo PI (y)
    me amarro nos textos da Amanda lol

  13. “Fizeram amor mais duas vezes aquela noite. E nos últimos dez anos.”

    Tadinhos… só duas vezes nos ultimos dez anos?!!?

  14. Lindooo!!!!!

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