Reciprocidade

demonstre

Leia esse texto preferencialmente ao som dessa música.

Passei a vida toda ouvindo frases como “não trate como planoA quem te trata como planoB“, “não gaste sentimento se não houver reciprocidade“, “vá com calma nos relacionamentos” ou minha favorita no combo de conselhos-de-merda: “não demonstre o quanto você realmente gosta de alguém, ele vai usar isso contra você“.

Gente! Pelo amor de Deus! Precisamos mesmo é de mais gente que pense como o Doug:

Sabe porquê? Porque sentimento não é finito. Não é algo que gasta se demonstrar.

Vou te contar um segredo: não existe nada mais aliviante do que encostar a cabeça no travesseiro de consciência limpa por ter dito e demonstrado tudo que sentiu ao longo do dia. Vai lá e demonstra sim! Diz o que sente; descarrega o peso do ombro e do coração. Saiba que você fez seu melhor. Aliás, se faça melhor ao ser sincero consigo mesmo e ser capaz de arriscar, de sentir, de dizer verdades nesse mundo onde parece feio ou errado amar sem a condição da reciprocidade.

Sentir algo depende pura e exclusivamente de você, e sempre foi problema da outra parte como lidar com esse sentimento. CLARO que quando existe reciprocidade, é tudo muito mais simples, bonito e sincronizado. Mas quando não existe, tampouco quer dizer que seja errado sentir assim mesmo. Obviamente, o tempo e a distância vão tratando de fazer esse sentimento morrer, quando não nutrido (o que acontece quando os amores não são correspondidos), e isso faz parte natural de um ciclo, se chama viver. Todo mundo passa por isso.

Quer outro exemplo? Morte de pessoas queridas: tem coisa mais chata que passar uma vida se lamentando por coisas que não disse, não fez, não demonstrou? Então, caralho! Depois que a pessoa morre, não dá pra voltar atrás. Abrace, beije, telefone, marque um café. Faça hoje, faça enquanto dá tempo de fazer.

Todos nós seremos machucados ou não correspondidos algumas vezes na vida. A frustração sempre foi parte de um processo de crescimento. E sentimento nunca foi algo escrito em pedra: ele se transforma contínuamente, podendo por exemplo fazer amor virar admiração, amizade, carinho e/ou apenas saudade. O caminho da vida sempre será sinuoso, trazendo surpresas e sentimentos novos, transformando todas as suas até então chamadas “verdades” e provando que na verdade, você não sabe quase nada sobre sentir.

 

O importante mesmo é que você sinta. Absorva essa energia e demonstre sempre, sem se importar com o que os outros vão pensar de você.

Apenas atreva-se. Isso sim pode ser liberdade.

autor: Amanda Armelin

Bocuda, nerd, tatuada. Cervejeira de carteirinha e louca por cachorros (principalmente bulldogs). Além do sorriso no rosto, mantém paixão absoluta por bacon e sexo.

compartilhe esse post