Relato de Parto: Dante Armelin Duarte

Senta que lá vem relato de parto!

Mas antes, rebobinemos: eu e o Junior Duarte somos ligados cosmicamente ao número 13 de tal forma que começamos a namorar em 13/07 (depois de sermos amigos por 13 anos), noivamos em 13/09, casamos em 13/02/21 e a DPP de Dante era 13/02/22.

Claro que ele viria no tempo e na hora dele, mas sempre criamos a fantasia na cabeça de achar incrível que ele nascesse dia 13/02 (mesmo “perdendo” nosso aniversário de casamento).

E adivinhem? Exato: passei o dia 13 todinho em sinais de trabalho de parto à vista. Desde cedo com contrações de treinamento, que logo evoluíram a pródomos e se intensificavam e ritmavam ao passar das horas. Com muito amor, carinho, chuveiro e música fomos aguardando e cronometrando.

No final da tarde o intervalo de contrações já era bem pequeno, então decidimos ir para o Hospital Sepaco , pois entrávamos na fase ativa do parto.

Eu estava exausta, morta de dores, mas feliz que meu Dante estava a caminho. Infelizmente, ao chegar no hospital, para a surpresa de todos (e minha frustração, confesso), eu só tinha 1cm de dilatação. Decidimos por aguardar mais duas horas com um pouco de analgesia para acompanhar a evolução.

Duas horas depois, apenas 2cm de dilatação e meu corpo já dava sinais de colapso: eu sentia muita dor, a ponto de perder a consciência e ter tremores generalizados involuntários, além de sensações de desmaio constantes.

Continuei com o maravilhoso do meu marido na enfermaria do hospital, insistindo em aguardar a dilatação chegar (ele me ajudava com massagens e palavras de encorajamento sempre). Eu lembro apenas de flashes dessas horas que pareceram uma vida, pois de consciência já não estava mais ali.

Já no começo da manhã seguinte (não era mais dia 13), um toque finalmente revelou 5cm de dilatação e então me mandaram para a sala de parto. Chegando lá, já no meu limite da exaustão (e frustradíssima sabendo que teria de dilatar mais 5cm para só então parir) fui pra bola no chuveiro por mais duas horas, por sugestão da fisio maravilhosa do hospital.

Duas horas de chuveiro e nada das dores melhorarem ou da dilatação evoluir. Saímos do chuveiro e eu entrei em colapso de vez: não tinha mais consciência do que estava acontecendo ao meu redor. Fizemos mais um cardiotoco e infelizmente ele indicou o que eu já pressentia: era arriscado demais continuar aguardando a dilatação, já que os batimentos do bebê estavam constantemente muito mais acelerados que o considerado normal (taquicardia).

A doutora do plantão foi incrível e com todo o jeito e delicadeza do mundo, sugeriu a cesárea.

“Meu filho sempre em primeiro lugar, doutora. Eu vim ter um filho, não um parto. Bora pra cesárea” – respondi com alívio no coração.

Em quinze minutos, o clima de dor, preocupação e sofrimento deu lugar à alegria plena de tomar consciência que eu tinha feito a melhor escolha possível. Com uma equipe plantonista de rasgar elogios, em meio a sorrisos, piadas e clima de descontração eu já estava sendo anestesiada e repassando verbalmente (com muito respeito e delicadeza da parte dela) com a Dra os itens do plano de parto que contemplavam a cesárea.

Meu marido também foi autorizado a entrar, me beijou e colocamos nossa playlist de parto. Imediatamente todos da sala (anestesistas, médicos, enfermeiros, pediatras) começaram a cantar enquanto a mágica de uma cesárea respeitosa acontecia em paralelo. Sempre conversando comigo num tom calmo e sereno, a Dra me guiava sobre o que ia fazendo e rasgava elogios ao bebezão que via e às músicas que escolhemos.

Dante nasceu às 8h50 do dia 14/02 ao som de “Casa” (Lulu Santos) e veio direto pros meus braços. Tivemos nosso imprinting instantâneo e alguns minutos depois, quando o cordão parou de pulsar, papai o cortou.

Em paralelo, rolava o carimbo de placenta e a pediatra respeitosamente então me pediu licença e permissão para aspirar o nariz dele pois ouvia chiados preocupantes). Concordamos (pois também ouvíamos o chiado) e ela foi gentil (além de rápida) na aspiração, feita em nossa frente. Aproveitou para pesar, medir e aplicar a vitamina k para rapidamente me devolver ele.

Um mini humano lindo, com 3,890kg e 51cm de puro amor.

Saímos do centro cirúrgico alguns minutos depois já com ele mamando (depois de orientações de pega da equipe). Eu e o Junior, (que não soltou a minha mão nem por um minuto) estávamos de coração tranquilo pela nossa decisão e plenos com nosso pacotinho nos braços.

Relembramos com carinho da veracidade da frase que trocamos alguns dias antes, sobre o parto: “a gente não terá controle de nada, mas faremos nosso melhor com o cenário que tivermos”. E assim foi!

Dante chegou do jeito e na hora que quis, e nem por isso foi menos lindo que o idealizado.

Filho, te amamos muito! s2

autor: Amanda Armelin

Bocuda, nerd, tatuada. Cervejeira de carteirinha e louca por cachorros (principalmente bulldogs). Além do sorriso no rosto, mantém paixão absoluta por bacon e sexo.

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