Segunda Cultural 16: A Origem

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Trabalhando com um roteiro de sua própria autoria, e que encontra ecos em toda a sua filmografia, o cineasta Christopher Nolan nos apresenta a seu personagem principal, Don Cobb (Leonardo DiCaprio), um ladrão profissional especializado em subtrair segredos industriais diretamente do subconsciente das suas vítimas, por meio dos sonhos.

Cobb e seu parceiro, Arthur (Joseph Gordon-Levitt), são contratados pelo misterioso Saito (Ken Watanabe) para realizar um serviço diferente do que estão habituados e, teoricamente, quase impossível: inserir uma ideia no subconsciente do bilionário Robert Fischer (Cillian Murphy).

Trabalhando com uma equipe bem eclética, que conta ainda com a arquiteta Ariadne (Ellen Page), o químico Yusef (Dileep Rao) e o “falsificador” Eames (Tom Hardy), Cobb esconde de seus companheiros um segredo potencialmente letal, algo que remete a uma tragédia envolvendo sua esposa, Mal (Marion Cotillard).

Nolan fez algo raro para os realizadores contemporâneos (de qualquer arte), que é confiar na inteligência de seu público, acreditando que este é capaz de compreender uma obra que não tenta se explicar a cada dez minutos.

Do ponto de vista técnico, o longa é virtualmente perfeito. Lidando com diversos níveis de realidade, seria fácil para o espectador se perder durante a película. Nesse sentido, aparece a genialidade de Nolan e a competência e dedicação do montador Lee Smith, que conseguem tornar a narrativa do filme não apenas compreensível, como também irresistível.

DiCaprio surge em cena como um homem competente, mas fragilizado. Tal fragilidade não surge não apenas como efeito colateral de seu ofício, mas principalmente por suas experiências pessoais.

Marion Cotillard também surge honrando sua a missão de retratar em cena uma clássica e sedutora femme fatale que é, ao mesmo tempo, uma tentação, uma ameaça e um objetivo para Cobb.

Os demais personagens podem não ser tão desenvolvidos, mas não deixam de ser interessantes. Joseph Gordon-Levitt e Ellen Page, além de dividirem uma ótima cena, possuem uma excelente química com DiCaprio, sendo os laços mais constantes de Cobb durante a trama. Page, em especial, divide dois momentos fabulosos com o protagonista. Tom Hardy transforma seu Eames em um adorável canalha e Ken Watanabe surge soberbo como o misterioso Saito. Cillian Murphy aparece um tanto quanto passivo durante boa parte do filme, mas tem seu momento ao sol durante o terceiro ato da produção.

Christopher Nolan segue sem erros em sua carreira como cineasta e “A Origem” deve ser lembrado não apenas como um dos melhores filmes de 2010, mas também como um dos blockbusters mais inteligentes e originais da história do cinema. Há um pouco de Don Cobb em cada cinéfilo, principalmente quando a nossa realidade se torna menos atraente que a ficção.  Altamente recomendado.

Fonte.

autor: Amanda Armelin

Bocuda, nerd, tatuada. Cervejeira de carteirinha e louca por cachorros (principalmente bulldogs). Além do sorriso no rosto, mantém paixão absoluta por bacon e sexo.

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3 comentários

  1. I have to say that I loved this movie. It is damn near perfect (and I am a tough critic).

    How many times have we seen a movie that is highly predictable? This is not one of those movies. It was impossible to predict what would happen next, and the effects in this movie were (IMHO) groundbreaking. I won’t give anything away. 🙂

    A good movie can transport us to another place. This movie does that very effectively. Highly creative and intelligent.

    Go see it!

    Dilbatt

  2. I also enjoyed a lot, and honestly, had to run watch it because of you =p

  3. Um lixo, inteligente é tornar algo simples extraordinário, o inverso desse filme.

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