Sinta vergonha de não sentir

alone

Ouça essa música aqui, ó.

Em tempos de geração caga-regras, que te diz exatamente como agir e o que dizer em relação aos outros, atreva-se a ser diferente: sinta o que bem entender.

E vá além: não sinta vergonha em demonstrar, já que como as pessoas reagirão a isso sempre será um problema só delas.  Preocupe-se com você, em aliviar o coração e a mente e ter a certeza de ter dito o que sentia, deitar a cabeça no travesseiro sem nenhum sentimento atravessado na garganta, sem nenhum “e se”.

Esquece tudo que você já leu ou ouviu até agora sobre não entregar seu coração de bandeija ou não ligar às duas da manhã. Desvincula do conceito de “educação” aquele medo sem razão que você sente do seu chefe. Faça parte da geração que aproveita essa tal “liberdade” que há tantos anos lutamos para ter.

Para de ter liberdade apenas como um conceito abstrato. Viva-a: sem sentir vergonha de não gostar de caçar pokemons, de escrever poema pra menina que gosta e mal conhece ou de dizer para o seu superior que está insatisfeito com isso ou aquilo no trabalho.

Manda música brega pra ela ouvir, chama pra jantar. Diz que gosta dela sem razão aparente, mas que quer ver onde isso tudo pode dar. Diz também que tá com medo, mas que quer tentar. Confessa que tem medo de escuro e que sonha ser pai um dia. Conta que quer ter 5 cachorros e que já quis ser astronauta quando criança. Faz coisas bobas que ninguém mais valoriza, tipo comprar um girassol no primeiro encontro e abrir a porta do carro. Foda-se se seus amigos acharem brega. Entende de uma vez que sentimento não tem cota diária pra gastar: pode expor sem medo que sempre tem mais de onde tirar.

Faz serenata na janela dela, ou toca campainha às 8h da manhã do sábado só pra levá-la tomar café na padaria da esquina (depois de ouvir um xingo sincero, óbvio). Chora ao contar a história da sua vó ou como a relação abusiva dos seus pais te machuca. Chora de saudade do cachorro, de raiva do emprego, de emoção pela série do Netflix que viu ontem, de amor por ela. Mas chora, mesmo que em público.

Demonstra. Toca. Faz palhaçada. Sorri largo em público. Olha bem fundo nos olhos das pessoas e sente o coração queimar sempre que te olharem de volta. Atreve-se a sentir a intensidade das coisas enquanto todo mundo gasta tanto tempo e esforço em tentar esconder.

E se a reciprocidade não vier, paciência. A vida tem tantas outras pessoas lindas para te apresentar que nem vale à pena sofrer. Só te peço uma coisa; trata sempre o sentimento como ele merece estar: exposto, nu, descarado e sincero.

autor: Amanda Armelin

Bocuda, nerd, tatuada. Cervejeira de carteirinha e louca por cachorros (principalmente bulldogs). Além do sorriso no rosto, mantém paixão absoluta por bacon e sexo.

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