Sobre o que eu mais sinto falta

(mais um da série #homensdaminhavida)

hug

Talvez tivesse sido mais fácil se a ausência fosse prematura e constante: é mais simples não sentir falta do que nunca se teve.
O “problema” é que ele foi perfeito – no melhor estilo comercial de margarina – por muito tempo. Ele está presente nas minhas melhores lembranças, nos risos mais altos, nas melhores descobertas da vida.
Tinha parceria, companheirimo, carinho, amor, empatia, presença. Até que não teve mais.
Eu estaria mentindo se dissesse que não esperava por isso: sabia que o tempo tem a natural tendência de afastar pessoas, acho que só não esperava que fosse tanto. Confesso que tampouco foi de um dia para o outro, mas é inevitável, já que estamos falando tipo de distância que sempre vai doer mais: a emocional.
A pior parte? É ter a certeza que ele ainda me ama e que estamos falando de um amor recíproco. Foi o primeiro homem que amei e ele terá sempre grande parte do meu coração, não importa quantos outros passem por minha vida.
Chame de orgulho, mágoa, ou culpe o motivo mais esfarrapado do mundo (a tal falta de tempo): fato é que nunca brigamos, nunca mudamos o número de contato, ambos sabemos os endereços físicos e eletrônicos um do outro, e mesmo assim, simplesmente não nos procuramos mais.
Talvez quanto mais o tempo passe, mais difícil fique querer “fazer parte” de algo que há muito já não é. Perdemos o assunto, a conexão, o timming.
Passei a ser uma estranha aos seus olhos e talvez minha ausência seja justificada (em partes) por isso: quero me agarrar ao máximo em nossas lembranças, em tudo que já vivemos e fomos juntos. Quero fechar os olhos e sorrir de alegria por ter tido você na minha vida. Quero realmente tentar ser melhor e deixar de sentir essa mágoa que acompanha esse vazio quando penso em você. Definitivamente, não quero mais disso que somos hoje.
Sei que parte da culpa é minha; já que esse meu jeito de querer não precisar de ninguém às vezes até convence que não preciso mesmo. Erro meu em insistir nessa auto-suficiência eterna que afasta quem se importa, até a pessoa acreditar que eu realmente não preciso ouvir perguntas idiotas como “você está bem?”, “precisa de algo?” ou “eu te amo”.
Eu preciso, sim. Sempre precisei. Ainda mais vindo de você.
Desculpa ter fingido tanto tempo que não.

Talvez seja tarde e talvez eu já não caiba na sua nova vida, mas saiba que mesmo assim eu tô aqui pra dizer que te amo, e que sinto sua falta, pai.

autor: Amanda Armelin

Bocuda, nerd, tatuada. Cervejeira de carteirinha e louca por cachorros (principalmente bulldogs). Além do sorriso no rosto, mantém paixão absoluta por bacon e sexo.

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