Um chuveiro, um amigo antigo e muito tesão acumulado

Era uma menina qualquer. Talvez fosse mais bonita do que achava quando se olhava no espelho, mas nunca se convenceria disso. Estava numa semana ruim: havia perdido o emprego, estava descontente com a atitude de algumas pessoas que antes se diziam amigas e há tempos não sorria sincero.

Decidiu se dar um tempo: viajar, conhecer novas pessoas, esquecer de tudo aquilo que lhe causava dores de estômago. Mesmo que por um fim de semana.

Avisou um amigo distante que ia esfriar a cabeça pelo mundo, e ele a convidou para ficar em sua casa. Não seria má ideia, no fim das contas ela sempre quisera conhecer o sul, e o tempo (leia-se a grana) estava curto.

Pegou duas mudas de roupa e com mochila nas costas, foi em busca de um sorriso sincero e uma boa noite de sono. Surpreendeu-se ao conseguir dormir no ônibus.

Algumas horas depois, lá estava ele, esperando-a na rodoviária.

“Como ele é lindo!” – pensou consigo mesma ao se lembrar quanto tempo fazia desde a última vez que tinham se encontrado. Ela se lembrava claramente de como sempre tivera uma queda por aquele moreno alto e magro, com cara de “vem cá que eu te como direitinho” – mas ele namorava na última vez que se viram e portanto, suas chances eram zero.

Mas agora as coisas estavam diferentes: ambos estavam solteiros e carentes.

E ela teve certeza de que sentiu exatamente isso quando o abraçou: de forma lenta e forte. Um abraço intenso e demorado.

Não conseguiram trocar muitas palavras no caminho para casa. Ela, sem jeito, com o cabelo no rosto e bochecha corada. Ele passando a mão nos cabelos enquanto dirigia, tentando esconder o nervosismo. Disfarçava rápidas olhadelas para o decote dela pelo retrovisor; ela adorando secretamente aquela situação deliciosa.

Pouco antes de chegarem a conversa se animou um pouco: falaram sobre a saudade que sentiram, sobre os namorados que conheceram um do outro e como nenhum deles deu certo. Ao comentarem em tom de brincadeira sobre o desejo mútuo e a atração física que sentiam, ele passou a mão nos cabelos dela, que sentiu insantaneamente um arrepio subir pela espinha. Nervosa, ela balançou o rosto e botou a mão sob perna dele, o que causou uma leve tremida (para não dizer ereção instantânea). Durante alguns segundos ficaram assim: ela, com a mão na coxa dele e ele,  com a mão na mão dela.

O telefone dele tocou e ambos pareceram sair do êxtase que se encontravam. Ao olhar o bolso dele, ela notou que a mão em sua perna tinha causado um efeito bem maior do que havia imaginado. Sentiu corar-se por ela ter visto que ele tivera uma ereção, e atendeu o celular atribulado. Era engano. E o silêncio reinou no carro.

Enquanto envergonhado, mal sabia ele o quanto aquela visão só havia aumentado o tesão que ela sempre sentiu por ele. Ao chegarem em casa, ele pegou a mala e entraram.

Gentilmente, ele a mostrou o quarto de hóspedes, onde ela dormiria num sofá-cama, e lhe disse para ficar à vontade.

Ela perguntou se poderia tomar banho, e ele lhe deu uma toalha. Já umidecida de tesão ao lembrar da cena do carro, lhe deu um beijo leve: desses quase roubados e proibidos. Tirou a roupa na frente dele, enrolou-se na toalha e entrou no banheiro, deixando a porta semi-aberta.

Com o convite entendido, extasiado pelo que acabara de acontecer, ele entrou no chuveiro com ela, de roupa, sapato e tudo que tinha direito. Riram por um segundo antes de se beijarem intensamente.

Aquela água morna, misturada com o abraço molhado, beijo com tesão e mamilos enrijecidos lhe causou um prazer inexplicável. Demorou-se em tirar a roupa: adorava sentir aquela pele feminina molhada, nua e arrepiada em seus braços. “Meu deus, quanto eu já quis isso!” – pensavam ambos enquanto se tocavam com olhos fechados e sorrisos abertos.

Ele sonhava com aqueles seios há tempos: eles o hipnotizavam. Passou um bom tempo beijando-os e acariciando com a boca. Ao tirar as calças, ela sentiu o pau dele lhe tocar a barriga e deu um passo para trás. Após alguns segundos observando, ela disse baixinho em seu ouvido: “isso sim é uma viagem deliciosa, quer ver?”. Ajoelhou-se e fez um sexo oral digno des filmes franceses da década de setenta: demorado e voluptuoso. Ele se contorcia de prazer e lhe puxava os cabelos, enquanto ela gemia de prazer e sentia molhar-se ainda mais ao vê-lo assim. Ele a puxou pra cima de si, acariciando o clitóris dela, que a essa altura já levitava de tesão. Enquanto ele a penetrava, pela primeira vez, devagar, ela gemia baixinho, como alguém que espera algo por muito tempo. Durante quase uma hora se alternaram entre chupadas, gemidos, gozo, risos e olhares de prazer. No fundo, estavam felizes por aquilo ter, enfim, acontecido.

Mais tarde na cama dele, abraçados, sorriram aliviados, sabendo que nunca mais iriam experimentar aquela incômoda situação de sentir medo do que poderia nunca ter acontecido. No fundo, eles sempre souberam que aquele dia ia chegar. Só nunca imaginaram que seria tão bom: daquele dia em diante, repetiriam sempre.

Ela sorriu sincero e adormeceu em seus braços.

autor: Amanda Armelin

Bocuda, nerd, tatuada. Cervejeira de carteirinha e louca por cachorros (principalmente bulldogs). Além do sorriso no rosto, mantém paixão absoluta por bacon e sexo.

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