Meu lado feio fica confortável com você
postado por Amanda Armelin em 24/07/2013
No dia em que você chegou, não me preocupei em abotoar a blusa, calçar um sapato, pentear os cabelos ou retocar a maquiagem. Não aspirei o chão, dobrei as roupas começadas que ficavam no braço da poltrona da sala nem guardei a louça. Não fiz questão de esconder a calcinha pendurada no chuveiro, o papel do chocolate que comi ontem nem aquela foto horrível que tirei quando era adolescente. Meu...
Perdi a rima
postado por Amanda Armelin em 24/07/2013
Eu confesso: perdi a graça. Perdi a vontade, o jeito, a inspiração. Por tantas vezes que me lembrei de esquecer de falar de amor, que um belo dia esqueci de verdade. A conclusão é que perdi a mão pra falar de sentimento. Perdi tudo: a rima, a prosa, a vontade, o coração. Fui engolida pelo dia a dia, pela correria, pelas dívidas e pela tempestade que nunca virou calmaria. Percebi isso no dia em...
Garota-Problema
postado por Amanda Armelin em 09/04/2013
Era uma menina sapeca. Dessas que subiam em árvore, jogavam peteca. Rolava com menino no tapa, levada da breca. Cresceu descalça, deu a volta ao (seu) mundo: mudou de empregos, de cidades, de namorados, de cor e corte de cabelo, de vícios e de amigos. Mudou seus próprios conceitos, fez o que quis e há uns dias atrás, foi chamada de garota-problema. – Você é uma garota-problema, viu? Deve...
You lose
postado por Amanda Armelin em 20/03/2013
Você o está perdendo, amiga. Pobre menino, ainda é todo cego e encharcado de paixonite aguda. Mas um dia você (e ele) vão perceber que isso não basta. A vida é feita de um elemento chamado RECIPROCIDADE. E nesse quesito, você perde um pouquinho por dia. Um milímetro de sentimento diário, que ao longo do tempo somam grandes decepções. O que você faz enquanto a ex dele ainda escreve declarações de...
Ele eufemismo, ela hipérbole
postado por Amanda Armelin em 19/03/2013
Feito um Eduardo e Mônica mal cantados, eram eufemismo e hipérbole. Enquanto ele passava meses achando que tava tudo bem, ela se gritava por dentro e sangrava em tédio. Queria mais e já havia perdido pra imaginação nas formas de pedí-lo. Ele abaixava a cabeça, amenizava a situação dizendo um “tudo bem” meio rouco e ia dormir, como se nada estivesse acontecendo. Ela só queria que ele gritasse....